Sinais de que a sua equipa pode estar em burnout – e o que fazer

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Sinais de que a sua equipa pode estar em burnout – e o que fazer

O burnout é um dos riscos psicossociais que mais afeta as organizações, sendo o segundo problema de saúde relacionado com o trabalho mais reportado na Europa. Só em Portugal, estima-se que o burnout custe às empresas 3,2 mil milhões de euros por ano. Descubra como identificar e prevenir o burnout na sua equipa.

O que é o burnout?

O burnout é um tipo específico de stress provocado pelo trabalho, quando a profissão é exercida em condições físicas, emocionais, cognitivas e comportamentais desgastantes. Caracteriza-se, sobretudo, pela exaustão emocional e pela diminuição do envolvimento pessoal no trabalho.

O burnout pode ocorrer em qualquer profissão, mas existem determinadas ocupações que são especialmente vulneráveis ao burnout, por implicarem contacto próximo e envolvimento emocional com outras pessoas.

Contudo, são vários os fatores que podem contribuir para o desenvolvimento de burnout, entre os quais se destacam:

  • Volume de trabalho superior à capacidade do profissional;
  • Falta de autonomia e controlo sobre o trabalho;
  • Tarefas com baixo propósito ou significado;
  • Tarefas perigosas ou de grande e contínua exigência emocional;
  • Horários de trabalho ininterruptos e excessivos;
  • Pausas escassas ou inexistentes;
  • Ambientes de trabalho conflituosos ou tóxicos;
  • Dificuldade em equilibrar a vida pessoal e profissional;
  • Problemas pessoais que impactam o trabalho.

Porque é que o burnout não deve ser ignorado?

O burnout, como qualquer outra doença psicológica, não deve ser ignorado. Em primeiro lugar, há um sofrimento individual extremo que é preciso tratar, na medida em que compromete a saúde, as relações sociais e a vida familiar.

Além disso, o burnout também apresenta consequências negativas na vida profissional e nas empresas. Para o trabalhador, impacta negativamente a produtividade no trabalho, a conciliação da vida pessoal e profissional e o bem-estar geral.

O burnout tem ainda uma ação “contagiosa”. O profissional em burnout transfere involuntariamente a tensão psicológica e o baixo envolvimento para os outros elementos da equipa, e mesmo para os clientes. Este facto representa um perigo em potencial, na medida em que a qualidade dos serviços prestados diminui, os erros no trabalho aumentam e a tomada de decisão é afetada.

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Sinais de burnout a que deve estar atento

Um quadro de burnout não acontece de um dia para o outro. Pelo contrário, é um longo processo de desenvolvimento. Os sinais iniciais podem ser facilmente desvalorizados pela associação ao cansaço, mas a atenção precoce pode evitar a instalação da doença psicológica. Tome nota.

Sintomas emocionais

  • Sensação de esvaziamento emocional;
  • Apatia;
  • Sentimento de fracasso, derrota e desamparo;
  • Humor depressivo, tristeza e ansiedade;
  • Autoavaliação pessoal e profissional excessivamente negativa;
  • Falta de motivação e envolvimento profissional e pessoal;
  • Menor satisfação com a vida em geral;
  • Deterioração das relações sociais e familiares;
  • Perda do sentimento de pertença;
  • Irritabilidade, raiva e revolta.

Sintomas comportamentais

  • Isolamento;
  • Alterações do desempenho profissional;
  • Consumo excessivo de comida, álcool ou drogas;
  • Procrastinação, absentismo ou falta de pontualidade;
  • Conflitos com colegas e/ou chefias;
  • Impulsividade ou agressividade desproporcional.

Sintomas físicos

  • Fadiga profunda e crónica;
  • Dores musculares;
  • Enxaquecas;
  • Alterações no padrão do sono e no padrão alimentar;
  • Tensão arterial elevada;
  • Problemas gastrointestinais;
  • Taquicardia;
  • Fragilização da resposta imunitária.

Como tratar o burnout?

Tratar o burnout implica atuar nas circunstâncias e nas condições que lhe deram origem, com especial foco na melhoria de condições de trabalho, das relações profissionais e na diminuição do isolamento. Por vezes, pode significar a retirada temporária ou mesmo definitiva do local de trabalho.

Para isso, poderá ser necessária ajuda profissional, como um Psicólogo ou Psiquiatra. A psicoterapia é indicada para compreender as razões que conduziram ao burnout, para reorganizar as atividades e, se necessário, reinvestir em outros interesses, para evitar a reincidência. Durante o processo, os medicamentos podem aliviar a intensidade dos sintomas. Além disso, o tratamento do burnout passa por adotar medidas preventivas, que abordaremos de seguida.

O que pode ser feito para prevenir o burnout?

Evitar o burnout é uma prioridade para as organizações e para os trabalhadores, sendo que ambos têm uma responsabilidade.

O que deve fazer o trabalhador

Estas são as práticas que deve abordar diretamente com a sua equipa, para garantir um ambiente de trabalho positivo. Aconselhe cada elemento a experimentar e, sempre que possível, organizem sessões para promover a saúde mental no trabalho.

  • Encontrar valor no trabalho. Tente melhorar a organização do seu trabalho e focar-se nas partes positivas e nas que lhe dão mais prazer. Este é um exercício mental que trará benefícios a qualquer área da vida, porque vai poder escolher para onde direciona a sua perspetiva quando avaliar qualquer situação. Contudo, se não for possível sentir-se bem no seu trabalho, pondere mudar antes de chegar ao seu limite.
  • Aproveite micro momentos para se regular. Existem alguns momentos do dia que devem ser rentabilizados para se ligar a si próprio. Por exemplo, aproveite as pausas para refletir sobre as suas emoções, e na causa desses sentimentos. É uma forma de ser mais capaz de gerir as emoções.
  • Fomente as relações profissionais. É importante fortalecer os vínculos entre os grupos de trabalho e com as chefias. Evite a tentação de se isolar e promova a partilha. Até certo ponto, os colegas partilham das mesmas preocupações e experiências profissionais, e esta interação pode ajudar a tornar a sua rotina mais leve.
  • Fomente as relações pessoais. Partilhe os seus sentimentos e preocupações com pessoas em quem confia e resista ao impulso de assumir que será um fardo. Aliás, as partilhas genuínas têm um efeito muito positivo nas relações: permitem que sejam aprofundadas e reforçadas. Poderá também considerar aumentar o seu círculo de amigos para ajudar a não pensar tanto no trabalho e a expandir a sua interação social.
  • Mantenha hábitos saudáveis. Adotar uma alimentação equilibrada e praticar exercício físico ajudam a gerir o stress. Assegure-se de que consome vitamina C, ácidos gordos ómega-3 e magnésio, limitando o álcool e a nicotina. Além disso, o exercício físico é importante para a produção de hormonas e neurotransmissores essenciais para a regulação do stress, do sono e do bem-estar.
  • Estabeleça limites. Evite a crença de que, para ser bom profissional, tem de estar permanentemente a trabalhar e disponível. Isso pode deixá-lo com uma carga de trabalho superior ao que consegue gerir. É importante manter um bom equilíbrio com os outros contextos de vida que são essenciais à sua saúde mental.

O que devem fazer as empresas

Enquanto líder de equipa, gestor ou empreendedor, estas são as medidas que pode implementar na sua empresa.

  • Proporcionar boas condições de trabalho. Garanta que os funcionários têm os recursos e as condições necessários o desempenho das suas funções, como, por exemplo, cadeiras confortáveis, local para almoço ou climatização adequada. Considere o trabalho remoto se aplicável.
  • Promover a comunicação e o espírito de partilha. Potencie a comunicação entre os vários elementos da empresa, esclarecendo o papel da cada pessoa na sua função. Este ponto é essencial para prevenir a sensação de isolamento e falta de pertença.
  • Redefina o que é ser bom funcionário. Trabalhar mais não é sinónimo de trabalhar melhor. Tenha presente que os colaboradores não são máquinas que vivem para o trabalho e que têm outras necessidades. Quando o volume de trabalho aumenta, considere aumentar o número de recursos em vez de sobrecarregar a equipa e, em momentos de trabalho mais intensivo, pondere recompensar com tempo adicional de descanso.
  • Faça avaliações globais. Ao invés de se focar na performance individual, com critérios definidos por números, avalie a forma como cada funcionário contribuiu para a empresa na sua globalidade. Além disso, crie um sistema de recompensa, que pode passar por palavras de reconhecimento ou por uma promoção. Não assuma o hábito do silêncio quando tudo está bem e apenas indicar o que está mal. Assim, o funcionário vai sentir que o trabalho que realizou foi visto de forma positiva. 

Concluindo, o burnout já entrou no vocabulário dos funcionários e das empresas, e as pessoas começam a ter mais consciência do que é esta doença psicológica e das graves implicações que pode ter, quer a nível individual, quer a nível empresarial. Assim, se sente que está a entrar em burnout, não hesite em pedir ajuda. Se suspeitar que um funcionário ou um colega poderá estar em sofrimento, aborde-o com empatia e procure ajudar.

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